quarta-feira, 7 de abril de 2010

Escrita com imaginação...


O TRENÓ AVARIADO DO PAI NATAL
Era véspera de Natal e eu estava muito ansiosa que chegassem os presentes do Pai Natal. Mas este ano seria diferente, queria olhá-lo de perto.
O meu pai chamou-me para o jantar e eu, imediatamente, saí do meu quarto e fui ter com os meus pais à mesa.
- Pai, como é que eu posso conhecer o Pai Natal?
- Minha filha, o Pai Natal é invisível!
Pressenti que a minha mãe pisou o pé do meu pai debaixo da mesa.
Desejei, às vezes, tornar-me invisível como o Pai Natal, para poder ser eu própria, fazer o que eu quisesse, sem regras e sem ninguém a avaliar-me.
Depois do jantar, despedi-me dos meus pais e fui deitar-me para o quarto a pensar nesse assunto.
Estava a olhar as estrelas no céu e a pensar na magia da noite de Natal, quando de repente vi qualquer coisa a cair no meu telhado. Subi as escadas de emergência para o telhado. E o que encontrei? O trenó do Pai Natal, que mais parecia uma nave-espacial.
Curiosa, olhei lá para dentro e vi uma barba enorme até à barriga, era o Pai Natal desmaiado!
O Pai Natal estava a acordar...
Havia uma lenda que dizia que se o Pai Natal nos visse, acabava-se o Natal para sempre.
Apressei-me a tentar esconder-me mas não fui a tempo, o Pai Natal tinha-se levantado.
- Desculpe por estar a coscuvilhar, Pai Natal.
O Pai Natal não me respondeu e então pensei que o meu desejo se tinha tornado realidade. Tinha-me tornado invisível!
- Não consigo continuar a minha viagem, estou ferido nas pernas! – suspirou o Pai Natal – Se houvesse ao menos alguém que me substituísse...
Eu senti-me triste, queria poder ajudá-lo mas estava invisível.
Sem querer, tropecei num dos tijolos.
- Quem está aí? – perguntou o Pai Natal.
- Ele ouviu-me? – interroguei-me sozinha.
- Claro que te ouvi! – exclamou o Pai Natal, mesmo atrás de mim.
- Oh! Afinal não estou invisível! Como é que tu me vês? – disse espantada.
- Tu está invisível como eu e só as pessoas que são invisíveis é que se conseguem ver umas às outras – continuou – Por que motivo te escondias?
- É que existe uma lenda... – prossegui.
- Isso é tudo mentira! – exclamou o Pai Natal. – Até estava mesmo a precisar de uma ajudinha! O trenó está avariado!
- OK! Eu ajudo-te, mas como é que isto funciona? – perguntei, confusa.
- Este trenó tem um volante parecido com um dos jogos de computador de carros. Conheces? – perguntou ele.
- Claro que conheço, o meu irmão tem esse volante, vou já buscá-lo.
Depois de eu ter ido buscar o volante, começámos a arranjar o trenó.
Trabalhámos, consertámos e acabámos por conseguir pô-lo a funcionar.
- Boa! – exclamámos.
- Agora o problema é que eu não consigo entregar os presentes, pois tenho as pernas a doer. Porque não experimentas ir tu? O trenó já está programado, só é preciso ir alguém a guiá-lo.
- Adorava! Obrigada, Pai Natal! – disse eu, espantada.
Assim, enquanto o Pai Natal voltava para casa, eu ia distribuindo os presentes.
Entreguei os presentes aos meus colegas e professores, à minha família e ao resto das crianças de todo o mundo.
Depois de acabar a minha tarefa, fui ter com o Pai Natal à fábrica dos brinquedos.
Abri o portão e vi os duendes, cansados, a dormir em cima dos presentes.
Entretanto fui à sala onde estava o Pai Natal. Entrei e o que vi? O Pai Natal estava a dormir regalado no sofá!
Para não o acordar, pois estava muito cansado, saí sorrateiramente do escritório.
Já estava quase a amanhecer quando voltei para casa. Estava estafada mas feliz! Tinha realizado um sonho! Mal tinha chegado ao quarto, quando o meu irmão bateu à minha porta.
- É Natal! É altura dos presentes! – exclamou ele, cheio de alegria.
Corremos os dois pelas escadas abaixo e fomos para junto da árvore de Natal.
Os meus pais também foram ter connosco.
- Marta, estás com ar cansado! Dormiste bem?
Acenei que sim com a cabeça e desviei a atenção deles para os presentes.
Estávamos todos no meio de uma grande algazarra, quando reparei num presente cintilante a brilhar debaixo dos outros. Peguei nele e vi que tinha um cartão para mim:

Querida Marta,
Agradeço-te por me teres ajudado a distribuir os presentes.
Trago-te uma prenda e espero que gostes!!!
Ass: Pai Natal
FELIZ NATAL!


Abri o presente e vi um relógio diferente. Só depois percebi que era uma mini-máquina que servia para me tornar invisível quando eu quisesse.
Esta foi a melhor aventura de Natal em toda a minha vida!!!

Marta Lobo, nº20

Sem comentários:

Enviar um comentário

POESIA: O menino Azul

POESIA: Leilão de Jardim, Cecília Meireles

Contador de visitas

Seguidores