quarta-feira, 7 de abril de 2010

Escrita com imaginação...


A NOITE DE NATAL

Estava eu na manhã de Natal no Pólo Norte, quando ouvi uma voz sussurrar-me:
- Não sei como é que vou dar os meus presentes.
- Não se preocupe, a rena Rodolfo ajuda!
- Ser Pai Natal não é fácil! Tenho andado muito cansado!
- Mas é só uma vez por ano!
- Pois, mas já sou muito velhinho!
Quando ouvi a conversa, quis saber o que se passava a atrás de mim e perguntei:
- O senhor é o Pai Natal?
- Sim, sou!
- Mas precisa da minha ajuda? – perguntei.
- Mas o que podes fazer? - quis saber ele com um ar de desconfiado!
- Posso ajudá-lo a distribuir os presentes! – respondi.
-Vem até minha casa!
Quando cheguei, vi uma enorme casa cheia de presentes e grandes árvores de Natal, todas enfeitadas com bolas e luzes a piscar.
- Para distribuíres os presentes, precisas destas dicas: ser pontual, tens de tornar-te invisível, entrar pela chaminé e muitas mais. Achas que consegues? - perguntou o Pai Natal.
-Sim, claro! – afirmei eu – Confie em mim!
Quando o relógio bateu as 23 badaladas, tinha acabado de tomar uma poção para ficar invisível. Repentinamente o meu telemóvel tocou, era a minha mãe que estava preocupada porque eu não ia passar o Natal com ela.
A primeira casa que visitei foi a minha; ainda a minha família estava acordada, a jogar ao Loto, mas eles não me viam. Como o Pai Natal pediu, fui pontual, entrei pela chaminé, pousei o presente sem que ninguém desse por mim, porque eu estava invisível. Às 3:30 horas tinha a missão cumprida.
- Não é fácil, pois não? - perguntou o Pai Natal.
- Não. É uma tarefa custosa, mas muito gratificante – respondi.
- E agora, tens que ingerir o antídoto da poção para voltares ao teu estado normal – disse o Pai Natal.
Quando tomei a poção, ela não fez efeito e o Pai Natal, preocupado, disse:
- E agora? O que eu fiz?
- Não se preocupe, eu até acho graça ficar invisível! – respondi.
O Pai Natal insistiu, mas eu preferi ignorá-lo, e regressei a minha casa. Antes de entrar, o Pai Natal ligou-me a dizer que já tinha a poção exacta, mas eu estava a gostar de estar invisível e não fui lá.
No dia seguinte a minha mãe, já muito preocupada, só me telefonava e eu ali tão perto dela e não podia fazer nada. Já estava muito triste, afinal ser invisível não é assim tão agradável. Telefonei, então, ao Pai Natal:
- Estou triste, a minha mãe nem o meu pai me vêem, o que posso fazer?
- Vem cá, eu resolvo o problema.
Quando cheguei, o Pai Natal avisou-me:
- Devias ter confiado em mim porque: “Quem te avisa teu amigo é.”.
Desde aí nunca mais ignorei as pessoas. Foi uma lição que eu aprendi.

Inês Moreira, nº10

1 comentário:

POESIA: O menino Azul

POESIA: Leilão de Jardim, Cecília Meireles

Contador de visitas

Seguidores