quarta-feira, 7 de abril de 2010

Escrita com imaginação...


A MÁQUINA DO TEMPO

Sou uma grande inventora. Chamo-me Maria Freire, mas as pessoas tratam-me por Einstein.
Um dia, quando estava a trabalhar no meu último projecto, uma máquina do tempo, aconteceu uma coisa estranha. Comecei a andar nas nuvens, vi as estrelas muito perto, vi carros voadores a passar por mim. Pensei que estava a sonhar, dei a mim própria um beliscão e algumas estaladas, e percebi que estava bem acordada. Era o meu primeiro projecto que resultara.
Ouvi uma voz a chamar-me, mas era uma voz diferente, era uma voz de desespero que me chamava frequentemente. Não a reconhecia, fui ver quem era. Era um homem com grandes barbas que estava a ser envenenado por uns homens.
Rapidamente fui ajudá-lo, mas quando lá cheguei, o pobre homem tinha morrido, mas a seu lado tinha deixado uma carta que dizia:
”Morri no futuro,
Mas quando voltares ao tempo presente
Ainda estarei vivo.
Ass: Job.”

Preocupei-me em ir ao presente, mas onde estava a máquina do tempo que eu construí? Procurei em todos os lados, em todos os cantos e… nada. Comecei a pensar que podia ter sido roubada por aqueles homens que estavam a envenenar o Job, o tal homem das barbas.
Ouvi ruídos e vozes, pensei que fossem os homens, e não é que o meu pensamento estava certo? Pois é, estava. Entrei pela sala adentro e vi uma grande engenhoca, tapada com um grande pano branco. Era a minha máquina do tempo. Fui rapidamente buscá-la, mas apareceram os homens armados.
- Mais um passo e o teu futuro acaba aqui! – gritaram eles.
Percebi que eles não estavam a brincar. Ainda tive a ideia de ir buscar a minha máquina, o meu último projecto, para ir ter com o Job. Pensei melhor: “ É preferível não arriscar, porque, afinal de contas, o Job morreu aqui, no Futuro, mas não morreu no passado …”
Cheguei à conclusão que era melhor ficar quietinha.
Já tinha caído a noite. Naquela casa, que não se pode dizer que era muito nova, estava um silêncio medonho, completamente escuro. Mas quem é a inventora que nunca leva uma lanterna para o seu escritório? Uma inventora maluca, mas como eu não sou dessas, trouxe uma.
Encontrei a porta das traseiras completamente aberta e pensei: “ Será que os homens se esqueceram de fechar as portas? “.
Claro que tentei sair logo de imediato. Mas, quando abri a porta, em vez de ver uma estrada, vi o espaço. Tinha-me esquecido que estava no Futuro.
Percebi que não tinha nada a fazer, e adormeci à beira da máquina do tempo. Acordei com a voz de um dos homens:
- Acorda!
Com um olho meio fechado e outro meio aberto, perguntei:
- Que horas são?
- São horas de te levantares, queremos que nos ajudes a levar a nossa máquina do tempo para o museu.
- A máquina é minha, fui eu que a fiz, fui que estive dois anos a construir este projecto.
Quando terminei de dizer isto, ouvi uns barulhos, e quando olhei para os lados, reparei que já não estava no Futuro, estava no Presente.
Fui ter com o Job e saltei de contente, porque era a minha primeira aventura na máquina do tempo.

Maria Leal, nº18

Sem comentários:

Enviar um comentário

POESIA: O menino Azul

POESIA: Leilão de Jardim, Cecília Meireles

Contador de visitas

Seguidores